domingo, 15 de janeiro de 2017

Apesar de Você


 precisamos 
pesar 
as coincidências, 
apesar 
dos pesares 
das consciências

quarta-feira, 23 de março de 2016

O Próprio Medo

O tempo não para, as notícias, os dias, as horas amontoam-se.Tudo em volta parece pairar no ar como se houvesse uma névoa densa ao redor, que impede que eu enxergue direito; me Oriente ao certo, sinta o que me toca. Parece que nada ao redor é real.

Sinto que é e não é isso, tudo meio entorpecido, confuso, quase vago. Depois de tanto tempo, percebo-me então acostumado a esse sentimento. Essa tediosa percepção é tudo que tenho. Tento expandir os horizontes, abrir a mente, sem os aditivos rotineiros. Exige um movimento hercúleo, longo e lento. Me permite partir do questionamento:

Será que é pelo fato de ser tão massacrante sentir a dor do Mundo, saindo do próprio umbigo, encarar o espelho, e imediatamente a partir daí ser plenamente incapaz de negar o outro por um minuto sequer,  que fugimos o tempo todo do real, embarcando em todas as fugas e armadilhas oferecidas pelo Mundo, coisa e tal?

E mais:

Praticaríamos uma negação da negação, em busca de resultados práticos e rápidos, como o macarrão instantâneo, que muito embora não seja de fato um alimento substancioso, mata a fome por enquanto?

Seria o Medo o adubo de toda essa mediocridade, confusão e comodismo que aceitamos estar ao nosso redor? É através do próprio medo que cedemos  cada vez mais, lentamente sendo devorados  pelo tédio das horas, pela frustração dos desejos não realizados?

Como Maurício, protagonista do romance “Limite Branco" do afiado Caio Fernando Abreu, se eu fosse um símbolo, certamente seria uma enorme interrogação. Tanto faz se isso é bom ou mal. Perder é sempre mais do que hesitar. E eu não vou me aventurar no Âmbito político, porque a questão levantada aqui abarca TUDO. Por medo, se deixa de fazer muita coisa, e muitas outras se faz.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Lemmy Kilmister (24/12/1945 - 28/12/2015) - RIP



Quando morre alguém famoso, que você conhece bem e os outros nem tanto, você comenta o fato e as pessoas ficam com aquela cara de interrogação, ou dão de ombros, sem entender porque você gosta tanto do sicrano. Nesses meus anos de Rock’N’Roll passei diversas vezes por esse tipo de situação. Mas isso tem explicação:

Parafraseando um amigo sábio, nós, que amamos o bom e velho Rock’N’Roll crescemos ouvindo discos até cansar(Só que não), lendo sobre as lendas criadas em torno de bandas e artistas, frequentando lugares onde se toca o som que a gente gosta; indo aos shows de diversos artistas que amamos: é como se esses caras todos fizessem parte da nossa família.
Nos apropriamos desses laços. Aí morre um artista, e tá você lá cabisbaixo. Perguntam porque você tá triste, e você responde “Ah, Fulano morreu”. A pessoa solta um “humpf” (ou pior “Antes ele do que eu”) e a vida segue.

Hoje fui pego desprevenido quando navegava na net antes de ir pra cama. Lemmy Kilmister fez a passagem. Motorhead perde seu líder e força Motriz. Eu perco um ídolo e a chance de ver uma das maiores bandas de Metal que existe. O que me deixa puto da vida, porque eles vieram tocar três vezes nos últimos 10 anos, e eu sempre estava sem dinheiro para ir ao show.

Motorhead é a banda que gravou R.A.M.O.N.E.S, prestando uma homenagem à banda que fez muita gente pegar seus instrumentos e tocar. Lemmy Kilmister fez questão de dizer várias vezes que os caras o influenciaram. Eis aí um artista verdadeiro, que não esquece suas origens, ainda que o som que a banda que ele criou seja diferente da banda homenageada. Também teve a honra de ser roadie do mitológico Jimmy Hendrix, e quando lhe perguntavam sobre esse período da sua vida, ele respondia que não lembrava de nada por conta da quantidade de drogas consumidas por todos os membros da turnê. Era um cara descolado e também trabalhava com muitos dos artistas que vieram depois dele, como Dave Ghrol, Nina Hagen e até Shonen Knife (banda de rock japonesa).

Bebia, fumava, e segundo as más línguas, tomava anfetaminas como se fossem sucrilhos. Até alguns anos atrás, quando problemas de saúde o afastaram do álcool e do cigarro. Mas ele mantinha sua Atitude. Um cara com sexagenário  detonando com sua banda até dizer chega. Infelizmente, esse chega veio hoje de manhã. As primeiras notícias falam de um câncer extremamente agressivo, descoberto no dia 26/12. Detalhe, ele acabara de completar 70 anos no dia 24/12. Não viveu mais do que 4 dias na casa dos 70. Recentemente, numa entrevista, perguntaram a ele se os problemas de saúde que teve em 2013 o fizeram ser mais cuidadoso consigo mesmo, ele respondeu categoricamente: "A morte é inevitável, não é? Você fica cada vez mais propenso à ela quando atinge a minha idade. Não me preocupo com isso. Estou pronto para morrer. Quando eu for, quero ir fazendo o que eu faço melhor. Se eu morrer amanhã, não posso reclamar. Minha vida foi boa." (Para mais detalhes, leia o texto: Lemmy Kilmister: "Estou pronto para morrer. Minha vida foi boa" )

Sempre uma figura honesta e crua, Lemmy vai fazer falta nesse mundo de politicamentecorreticidades e superficialidades. Mas ouçamos seu som em alto volume! É a melhor maneira de homenagear os grandes guerreiros que tombam. Sua música permanecerá conosco! Eis uma playlist matadora no youtube para quem quiser matar a saudade - ou conhecer, se ainda não o fez!




quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Agendas e Resoluções de Fim-de-Ano




Fim de ano chegando! Hora de começar aquela lista de resoluções para o próximo, não? Então, apesar do crescente uso de Espertofones, eu, como as Traças, prefiro o papel, não dispensando a boa e velha agenda. 

Existem diversos modelos (mas é claro que você sabe disso, dãghn): há quem prefira agendas mais sóbrias, profissionais. Outros, agendas coloridas e/ou cheias de adesivos. Eu prefiro uma agenda que seja prática de carregar, organizar as informações úteis e que carreguem referências artísticas, que me façam refletir sobre a vida, tudo ao mesmo tempo, agora! Acontece que mais interessantes, artísticas e ainda práticas, são da Tasken, da Teneues e de outras editoras Estrangeiras que custam os dois olhos da cara mais um rim. 

Mas depois de anos namorando agendas carésimas, eu descobri a Agenda da Tribo, que é made in Brasil e tem tudo isso que procuro numa agenda: é descolada, prática, possui capas excelentes e tem duas opções de tamanho. Mais ainda: contém poemas e textos de autores contemporâneos, gente que não está entre os medalhões, que tem na Agenda a chance de ser lido por qualquer pessoa que parar aqueles 5 minutos diários para revisar a agenda do dia! 

Pensando nisso que enviei três poemas, descompromissadamente, pois sou fã da Tribo. Não esperava que acontecesse o que aconteceu. Na verdade, já tinha até esquecido que havia enviado os poemas. eis que um dia recebo um E-mail da equipe de Arte da Tribo informando que um dos meus poemas fora selecionado para integrar a agenda de 2016! Não acreditei até que recebi as agendas! 


Olha só que trabalho bonito! E olha que estas são as Agendas de capa simples!

 Os Livros da Tribo, à direita o tamanho Grande, e à esquerda o Tamanho Pequeno.

Poema na Agenda Grande, no Dia 24 de Março
 
 Poema na Agenda Pequena, no dia 25 de Março